Virginia
queimando só num cinzeiro lotado de guimbas
ensaia um movimento aéreo
uma ação
e algo acontece no interior das chamas
há quem queime apenas
um cigarro em trinta anos trinta
rígidas pérolas
e há quem desconheça até
o gosto do papel
nos dedos nos lábios
um
regalo
uma vez
trouxeram-me
embrulhada num papel
de seda ou de pão não
me recordo uma noite uma
pequena caixa de madeira
com uma canção menor ainda dentro
que escuto atenta
agora
no porta-jóias
uma bailarina
dança e fuma comigo
tragando em sincronia
pares de silêncio meditativo
[Ella sou
eu?...]
sim, trazemos nos lábios pintados
longos cigarros
Virginia Slims
nos dedos nos lábios
regalos
[You've come
a long way, baby!]
sim, e nos dedos finos e longos
cigarros Virginia Slims
esculpem anéis de fog
e na fumaça que decanta danças
com aros rodopios piruetas
o ar
parece tão eterno
GOSTEI, Rita. Virginia Slims é um curta-metragem dos bons!
ResponderExcluirhttp://youtu.be/cQZAGL2M_Us
Excluirhttp://youtu.be/meOoWo0UVtM
que bonito
ResponderExcluiragradecida, caro poeta
Excluir[Ella sou eu?...]
ResponderExcluirAdorei!
Valeu, Luz!
ExcluirAlém da intenção psicológica no poema, Ella também foi uma marca de cigarros dirigida para mulheres, e tinha esse jingle breguinha da Alciony Menegaz. rs
Ella sou eu também rs. Uma linda viagem nas fumaças e nas palavras. Lindo! Tenho achado na blogosfera coisas incríveis. Que maravilha!
ResponderExcluirhttp://www.4shared.com/office/qQJ8TLrq/didi-huberman_g_o_que_vemos_o_.html
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